terça-feira, 7 de julho de 2015

ESCOLA E DIVERSIDADE: PROJETO RAABE E APOIO ÁS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

O Projeto Raabe foi criado pela escritora e apresentadora Cristiane Cardoso, por iniciativa da Igreja Universal, tendo por objetivo valorizar e apoiar as mulheres que se encontram  passando por  violência doméstica e familiar e que precisa de ajuda psicológica e emocional.
O nome Raabe foi inspirado por uma personagem mulher na bíblia que era desvalorizada, prostituta, sem rumo na vida e com medo. Todavia não deixou de ajudar os espias - espiões que entraram na cidade inimiga para espiar a terra se era boa ou não para eles - usou de misericórdia para com eles, deixando-os escapar da cidade em segurança e assim não foi esquecida quando houve a batalha, salvou a si mesma e também a sua família ao sair da cidade protegida por esses espias, tendo um papel importante na História dos Hebreus.
As mulheres que, como Raabe, sofreram ou sofrem humilhações, abusos e violências têm na Lei e no movimento Rompendo o Silêncio desse projeto, o apoio e uma chance de romper e lutar contra os traumas. Essas são chamadas de Raabe contemporâneas, que segundo a criadora da ação social, vão dar início a uma nova vida.
Todo segundo domingo do mês, o projeto Raabe realiza reuniões no templo da igreja Universal em vários lugares do Brasil e do mundo. Acolhendo as mulheres que sofreram algum tipo de violência de seus parceiros, o projeto orienta-as, tendo vários profissionais e voluntárias sobreviventes destes abusos a disposição. Este projeto acompanha as mulheres que sofreram violências domésticas e familiares em situações citadas pela lei Maria da Penha que são essas:
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive esporadicamente agregadas; Ou seja, qualquer ato de violência que ocorra dentro de casa, não importando se as pessoas são parentes ou não, desde que haja convivência.
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou vontade expressa; Ou seja, qualquer ato de violência que ocorra não necessariamente dentro de casa, mas causado por um familiar…note que a lei diz “indivíduos que são ou se consideram aparentados”, o que significa que não precisam ser parentes “de sangue”, nem casados.
III – em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independente de coabitação, isso é muito importante! Em QUALQUER relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida. Isso quer dizer que se seu namorado lhe ameaça ou lhe agride, você está amparada pela Lei Maria da Penha, independente de morar ou não com ele. Você não precisa morar ou ter morado com seu agressor para que seja configurada violência doméstica.
E também que sofreram qualquer dos seguintes tipos de violência:
*A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
 * A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
 *A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer  método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.
 * A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
 * A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
O evento intitulado, Rompendo o Silêncio, desse projeto causa impacto nacional e internacional e ajuntam mulheres de todos os lugares neste evento e nas palestras. Incentivando - as a denunciar os autores das agressões, essas manifestações ocorreram em Lisboa e Porto no dia 24 de novembro de 2013. Em Rio Branco no Acre e em vários lugares brasileiros, as manifestações reuniram milhares de pessoas, tendo a presença de esposas de prefeitos e delegadas que deram palestras sobre a violência contra a mulher e a importância do projeto Raabe.
A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) deixa claros os DIREITOS das mulheres e são:
*Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
*Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
 *O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
*Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados.
É fundamental termos nessa luta, relata o artigo sobre o projeto, homens com sensibilidades e mulheres que conhecem seus direitos e essa Lei que veio para protege-las das violências. Só assim a violência tende a diminuir.
Maria da Penha Maia Fernandes.
Aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional e assinada em 7 de agosto de 2006, a Lei 11.340 de 2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha é considerada um avanço, pois reconhece como crime a violência intrafamiliar e doméstica, que indicam situações de violência determinando a amplicação de pena de prisão ao agressor e garante o encaminhamento da vítima e seus dependentes a serviços de proteção e assistência social.
Uma pesquisa do DataSenado sobre violência contra a mulher realizada em 2013 constatou que, por todo o Brasil, 99% das mulheres de todas idades, níveis de renda e escolaridade, credo ou raça já ouviram falar nessa Lei.
Apesar disso, uma pesquisa realizada pelo mesmo órgão em 2013 estima que mais de 13 milhões e 500 mil mulheres já sofreram algum tipo de agressão. 65% foram agredidas por marido, companheiro ou namorado. Ex-namorados, ex-maridos e ex-companheiros também aparecem como agressores frequentes, tendo sido apontados por 13% das vítimas. Parentes consanguíneos e cunhados aparecem em 11% dos casos. Destas, 31% ainda convivem com o agressor, e destas, 14% ainda sofrem algum tipo de violência. Este resultado, expandido para a população brasileira, implica em dizer que 700 mil brasileiras continuam sendo alvo de agressões. A violência doméstica e familiar exerce grande impacto nas taxas de feminicídio. Como resultado, num ranking de 84 países, ordenados segundo as taxas de homicídios femininos, o Brasil é o 7.º onde mais se matam mulheres.
O grupo Godllywood, tendo como principal idealizada Cristiane Cardoso (Escritora e apresentadora de televisão) e outros membros da IURD, criaram o Projeto Raabe em 2011, visando auxiliar a mulher que sofre ou já sofreu algum tipo de violência doméstica, dando suporte tanto no aparato jurídico, quanto no emocional.
A Igreja Universal do reino de Deus ampara este movimento, dando suporte físico, cedendo seu espaço nos templos, para reuniões coletivas e individuais de apoio emocional (ocorre todo segundo domingo do mês) ou apoio jurídico. A sede do Raabe é em São Paulo, dotado de mecanismos de controle centrais, de onde saem às decisões e ações que serão acatadas pelo coletivo em suas várias ramificações em 22 estados brasileiros e em outros países.   
O projeto tem como objetivo  auxiliar no tratamento das "feridas mais profundas" causadas pelo abuso. Para muitas mulheres o medo do agressor, sentimento de culpa, a dependência financeira e até mesmo a vítima não reconhecer seu valor, a impede de fazer a denúncia. Pensando nisto o Raabe atua além do pressuposto religioso, com uma equipe de profissionais como: psicólogas, advogados, assistente sociais, agências de emprego, profissionais da saúde (só em campanhas nas ruas) e até de mulheres que já enfrentaram tal violência e se recuperaram a fim de prestar apoio especializado as vítimas, dando apoio para uma chance de romper o silêncio e lutar contra o medo, as frustrações, os traumas, e dar início a uma nova vida.
O Projeto também atua nas Delegacias de Defesa da Mulher nas segundas e terças feiras, que são estatisticamente os dias que ocorrem mais boletins. Na delegacia essas vítimas são abordadas e convidadas a participarem das palestras oferecidas pelo projeto.

O futuro do projeto com certeza é muito grande, nosso objetivo não é acabar com a violência doméstica, queríamos fazer isso, mas infelizmente está fora do nosso alcance, claro que nós estamos trazendo consciência que isso acontece às pessoas, estamos ensinando as mulheres a como lidar com isso, e nós estamos aqui querendo mudar a situação delas a partir de agora.
Cristiane Cardoso, fundadora.
           
As ações do projeto Raabe não tem nenhum fim lucrativo, e são direcionadas á mulheres que sofrem violência doméstica e afins.
Muitos defendem que uma mulher agredida deve imediatamente denunciar o autor da agressão, mas a realidade é bem diferente. Por medo de represálias não fazem. Para a mulher que é vítima o simples fato de denunciar não basta.
O principal objetivo do projeto é dar apoio emocional, psicológico e até jurídico. Em minas Gerais o projeto funciona há 4 anos.
O trabalho em sí consiste, em regra, com algumas exceções; em reuniões que são realizadas mensalmente com todas as "sobreviventes e voluntárias", acontece a dissertação de assuntos que envolvam o tema com dinâmicas e todo um aparato áudio visual para facilitar a compreensão das ouvintes. Para atender a demanda, o projeto conta com voluntárias (não remuneradas). Estas têm um dia no mês onde recebem preparo e capacitação e fazem a divulgação do projeto.
Além das voluntárias, tem-se apoio político, municipal e estadual, assim como apoio de órgãos estatais como delegacia de mulheres, onde o projeto Raabe encaminha as referidas vítimas. engloba-se também o apoio de instituições religiosas como a igreja Universal.
Sempre há interesse por parte do órgão de comunicação em divulgar o trabalho, então, conforme relatos da coordenadora do projeto em minas, Sra. Daisy Barros o trabalho já foi e vem sendo apresentado em várias redes de televisão e rádio.
O movimento atual acontece de maneiras variadas, tanto no apoio emocional quanto no técnico das mulheres que o buscam. O projeto possui recursos limitados para se manter aberto, mesmo assim, sempre está buscando as melhores formas de atender aqueles que o recorrem. Dessa maneira grande parte das pessoas que trabalham no projeto são voluntarias.
Entre as voluntárias profissionais qualificadas para lidar com tais problemas inerentes a mulher e, vale ressaltar que muitas delas não são necessariamente membros do grupo. Algumas são palestrantes apenas, portanto, participam na maioria dos casos de eventos direcionados. Em Minas Gerais dentro dos encontros realizados já estiveram presentes Juízes de direito; delegadas; autoridades políticas; médicas da área de saúde relacionas á mulher; advogadas criminalista, artistas,  etc.
Todos os anos, acontece um evento onde as voluntárias e simpatizantes do projeto saem as ruas para levantar a bandeira contra a violência doméstica, onde reuniu-se em torno de 2000 mulheres em cada estado.
O projeto possui um  S.O.S a mulher, em sistema de plantão 24 horas,convênio com o Estado no sentido de encaminhar mulheres em estado de risco á abrigos , juntamente com seus filhos.
A divulgação é feita também em diversas instituições como câmaras e assembleias, onde já detiveram vários títulos pelo Brasil, em faculdades, programas de televisão e rádio, e é claro pela internet, mas principalmente em comunidades.
O problema social que circula as mulheres é bem mais profundo do que parece em primeiro momento, o sexíssimo e também o machismo são intrínsecos em nossa sociedade e quebrar vai muito além do que apenas tentar proteger aquelas que já sofreram algum tipo de violência. O impacto de um projeto para auxiliar as mulheres que lutam contra os fantasmas de seu passado e superar o controle masculino pode não ser tão imediato quanto se gostaria.
Começando para o apoio as denúncias, é um fato recorrente de que mesmo com todas as companhas feitas pelos mais diversos meios o número de denúncias contra agressores sejam eles de qualquer tipo, são bem menores do que de fato de violências ocorridas.
Prender os agressores é o primeiro passo para uma mudança mais afetiva na sociedade, mostrando assim que não se aceita aqueles que fazem mal a mulheres. Sejam ela de qualquer meio social, de idade, de relação com o agressor, não aceitar é o primeiro passo para a recuperação, não apenas daquela mulher em especifico, mas na tentativa de quebrar os laços do patriarcado marcos em nossa memória.
O movimento busca trabalhar a auto estima e também a não responsabilização das mulheres que sofreram, o culto de colocar a vítima como a culpada sendo quebrado, buscando criar nova geração que rompa com o ciclo de abuso contra mulheres. O aprendizado de uma que passa para a outra, até mesmo dos homens que cercam essas mulheres e sabem lidar com elas passa a ter um aprendizado. O conhecimento adquirido nas palestras é perpetuado a medida que as gerações passam, não sendo então apenas uma especificidade, mas sim uma integração com o pensamento.
As mudanças podem não ser tão imediatas quanto se gostaria, mas ao ir salvando mulheres, mesmo que possam parecer poucas no contexto geral, uma reprodução gera a outra, uma "corrente do bem". Mudar a mente de um, não se muda apenas a dele, mas de todos aqueles que a cercam.
Os sujeitos os quais participam do projeto são os voluntários, em sua maioria mulheres, interagindo com as outras mulheres, através de palestras e também de conversas, um grupo de apoio de maneira geral afim de melhorar a vida dessas mulheres e também daqueles que a cercam, como por exemplo os filhos, os pais, melhorando a vida de todos em um contexto maior. A medida que o trabalho é feito há uma mudança daqueles que estão em busca de auxilio, se tornando mais independentes, mais auto confiantes.
Apesar dos sujeitos se manterem os mesmos durante todo o processo, a modificação de comportamento que é a mais considerável, se tornando mais fortes e indo contra a violência, gera um movimento maior de apoio na tentativa de impedir que novas vítimas sejam feitas.
O movimento mesmo sendo apenas de um grupo de apoio as mulheres, existem mais dentro dos munícipios em busca de melhorarem as condições de todas as mulheres, é uma pequena parte do que é feito, mas é possível melhorar a situação geral com cada um desses grupos.
Ensinar que a vítima não tem culpa e também educar as crianças, sendo elas garotos ou garotas o quanto a violência não resolve nenhum tipo de situação é um grande crescimento.
O sentimento de unidade presente no grupo melhora seu investimento interno, todos têm uma causa em comum, a busca por uma situação de vida que toda mulher seria livre de todos os tipos de violência. Esse sentimento de unidade, mesmo que não o constitua como um grupo em busca de um objetivo certo, não sendo um grupo que sempre está em busca de melhorias ou de objetivos diversos, de uma mudança imediata, ainda faz muito por aqueles que participam. O crescimento do pensamento e também da corrente afim de se resolver a situação e melhorar a vida de todos que é o real foco do grupo, não é rápido quando se gostaria mas sem dúvida faz diferença.
CONCLUSÃO
A reação que se tem quando se tem acesso aos dados estatísticos de mulheres que sofrem violência  no Brasil é sempre de surpresa e revolta. Só em 2013, os dados foram de 13 milhões e 500 mil mulheres agredidas, não levando em consideração que devido a falta de apoio, sentimento de culpa ou medo de retaliação, uma quantidade considerável de mulheres ainda não denunciam os parceiros agressores.
Diante de tal informação, o projeto Raabe é tido como uma porta de entrada para o combate ao crime contra a mulher, por fornecer apoio psicológico e um 'ombro amigo' para as vítimas. É vital o apoio emocional para a mulher que se encontra em tal situação, pois o aconchego humano ainda é o melhor tratamento para as dores emocionais causadas pelo trauma.
O movimento Raabe também se destaca por, mesmo sendo vinculado á Igreja Universal, não se tratar de uma organização puramente religiosa, tendo sua área de atuação pautada na assistência social, psicológica e jurídica, embora a mesma explicite a importância da religiosidade, das crenças e da fé para uma real superação e início de uma nova vida para essas mulheres. O projeto assume sua responsabilidade social, buscando parcerias com personalidades não religiosas como políticos, artistas, etc, e palestras motivacionais e de divulgação dos direitos da mulher garantidos por lei.
Camila Sanches
Carolina Aparecida
Dayanna Carolina 
Geusa Nascimento
juliana Correa
 Nádia Bueno 

REFERÊNCIAS


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