O
Projeto Raabe foi criado pela escritora e apresentadora Cristiane Cardoso, por
iniciativa da Igreja Universal, tendo por objetivo valorizar e apoiar as
mulheres que se encontram passando por violência doméstica e familiar e que precisa
de ajuda psicológica e emocional.
O
nome Raabe foi inspirado por uma personagem mulher na bíblia que era
desvalorizada, prostituta, sem rumo na vida e com medo. Todavia não deixou de
ajudar os espias - espiões que entraram na cidade inimiga para espiar a terra
se era boa ou não para eles - usou de misericórdia para com eles, deixando-os
escapar da cidade em segurança e assim não foi esquecida quando houve a
batalha, salvou a si mesma e também a sua família ao sair da cidade protegida
por esses espias, tendo um papel importante na História dos Hebreus.
As
mulheres que, como Raabe, sofreram ou sofrem humilhações, abusos e violências
têm na Lei e no movimento Rompendo o Silêncio desse projeto, o apoio e uma
chance de romper e lutar contra os traumas. Essas são chamadas de Raabe
contemporâneas, que segundo a criadora da ação social, vão dar início a uma
nova vida.
Todo
segundo domingo do mês, o projeto Raabe realiza reuniões no templo da igreja
Universal em vários lugares do Brasil e do mundo. Acolhendo as mulheres que
sofreram algum tipo de violência de seus parceiros, o projeto orienta-as, tendo
vários profissionais e voluntárias sobreviventes destes abusos a disposição.
Este projeto acompanha as mulheres que sofreram violências domésticas e
familiares em situações citadas pela lei Maria da Penha que são essas:
I
– no âmbito da unidade doméstica, compreendida como espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive esporadicamente
agregadas; Ou seja, qualquer ato de violência que ocorra dentro de casa, não
importando se as pessoas são parentes ou não, desde que haja convivência.
II
– no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade
ou vontade expressa; Ou seja, qualquer ato de violência que ocorra não
necessariamente dentro de casa, mas causado por um familiar…note que a lei diz
“indivíduos que são ou se consideram aparentados”, o que significa que não
precisam ser parentes “de sangue”, nem casados.
III
– em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independente de coabitação, isso é muito importante!
Em QUALQUER relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida. Isso quer dizer que se seu namorado lhe ameaça ou lhe
agride, você está amparada pela Lei Maria da Penha, independente de morar ou
não com ele. Você não precisa morar ou ter morado com seu agressor para que
seja configurada violência doméstica.
E
também que sofreram qualquer dos seguintes tipos de violência:
*A
violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal.
*
A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer
outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
*A violência sexual, entendida como qualquer
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação
sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que
a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método contraceptivo
ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos.
* A violência patrimonial, entendida como
qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e
direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades.
*
A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
O
evento intitulado, Rompendo o Silêncio, desse projeto causa impacto nacional e
internacional e ajuntam mulheres de todos os lugares neste evento e nas
palestras. Incentivando - as a denunciar os autores das agressões, essas
manifestações ocorreram em Lisboa e Porto no dia 24 de novembro de 2013. Em Rio
Branco no Acre e em vários lugares brasileiros, as manifestações reuniram
milhares de pessoas, tendo a presença de esposas de prefeitos e delegadas que deram
palestras sobre a violência contra a mulher e a importância do projeto Raabe.
A
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) deixa claros os DIREITOS das mulheres e
são:
*Toda
mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,
cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades
para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
*Serão
asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade,
à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
*O
poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de
resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
*Cabe
à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o
efetivo exercício dos direitos enunciados.
É fundamental
termos nessa luta, relata o artigo sobre o projeto, homens com sensibilidades e
mulheres que conhecem seus direitos e essa Lei que veio para protege-las das
violências. Só assim a violência tende a diminuir.
Maria da Penha
Maia Fernandes.
Aprovada
por unanimidade pelo Congresso Nacional e assinada em 7 de agosto de 2006, a
Lei 11.340 de 2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha é
considerada um avanço, pois reconhece como crime a violência intrafamiliar e
doméstica, que indicam situações de violência determinando a amplicação de pena
de prisão ao agressor e garante o encaminhamento da vítima e seus dependentes a
serviços de proteção e assistência social.
Uma
pesquisa do DataSenado sobre violência contra a mulher realizada em 2013
constatou que, por todo o Brasil, 99% das mulheres de todas idades, níveis de
renda e escolaridade, credo ou raça já ouviram falar nessa Lei.
Apesar
disso, uma pesquisa realizada pelo mesmo órgão em 2013 estima que mais de 13
milhões e 500 mil mulheres já sofreram algum tipo de agressão. 65% foram
agredidas por marido, companheiro ou namorado. Ex-namorados, ex-maridos e
ex-companheiros também aparecem como agressores frequentes, tendo sido
apontados por 13% das vítimas. Parentes consanguíneos e cunhados aparecem em
11% dos casos. Destas, 31% ainda convivem com o agressor, e destas, 14% ainda
sofrem algum tipo de violência. Este resultado, expandido para a população
brasileira, implica em dizer que 700 mil brasileiras continuam sendo alvo de
agressões. A violência doméstica e familiar exerce grande impacto nas taxas de
feminicídio. Como resultado, num ranking de 84 países, ordenados segundo as
taxas de homicídios femininos, o Brasil é o 7.º onde mais se matam mulheres.
O
grupo Godllywood, tendo como principal idealizada Cristiane Cardoso (Escritora e apresentadora de
televisão) e outros membros da IURD, criaram o Projeto Raabe em 2011,
visando auxiliar a mulher que sofre ou já sofreu algum tipo de violência
doméstica, dando suporte tanto no aparato jurídico, quanto no emocional.
A Igreja Universal do reino de Deus
ampara este movimento, dando suporte físico, cedendo seu espaço nos templos,
para reuniões coletivas e individuais de apoio emocional (ocorre todo segundo
domingo do mês) ou apoio jurídico. A sede do Raabe é em São Paulo, dotado de
mecanismos de controle centrais, de onde saem às decisões e ações que serão
acatadas pelo coletivo em suas várias ramificações em 22 estados brasileiros e
em outros países.
O projeto tem como objetivo auxiliar no tratamento das "feridas mais
profundas" causadas pelo abuso. Para muitas mulheres o medo do agressor,
sentimento de culpa, a dependência financeira e até mesmo a vítima não
reconhecer seu valor, a impede de fazer a denúncia. Pensando nisto o Raabe atua
além do pressuposto religioso, com uma equipe de profissionais como:
psicólogas, advogados, assistente sociais, agências de emprego, profissionais
da saúde (só em campanhas nas ruas) e até de mulheres que já enfrentaram tal
violência e se recuperaram a fim de prestar apoio especializado as vítimas,
dando apoio para uma chance de romper o silêncio e lutar contra o medo, as
frustrações, os traumas, e dar início a uma nova vida.
O Projeto também atua nas Delegacias de
Defesa da Mulher nas segundas e terças feiras, que são estatisticamente os dias
que ocorrem mais boletins. Na delegacia essas vítimas são abordadas e
convidadas a participarem das palestras oferecidas pelo projeto.
O futuro do projeto com certeza é muito grande, nosso
objetivo não é acabar com a violência doméstica, queríamos fazer isso, mas
infelizmente está fora do nosso alcance, claro que nós estamos trazendo
consciência que isso acontece às pessoas, estamos ensinando as mulheres a como
lidar com isso, e nós estamos aqui querendo mudar a situação delas a partir de
agora.
Cristiane Cardoso, fundadora.
As
ações do projeto Raabe não tem nenhum fim lucrativo, e são direcionadas á
mulheres que sofrem violência doméstica e afins.
Muitos
defendem que uma mulher agredida deve imediatamente denunciar o autor da
agressão, mas a realidade é bem diferente. Por medo de represálias não fazem.
Para a mulher que é vítima o simples fato de denunciar não basta.
O
principal objetivo do projeto é dar apoio emocional, psicológico e até jurídico.
Em minas Gerais o projeto funciona há 4 anos.
O
trabalho em sí consiste, em regra, com algumas exceções; em reuniões que são
realizadas mensalmente com todas as "sobreviventes e voluntárias",
acontece a dissertação de assuntos que envolvam o tema com dinâmicas e todo um
aparato áudio visual para facilitar a compreensão das ouvintes. Para atender a
demanda, o projeto conta com voluntárias (não remuneradas). Estas têm um dia no
mês onde recebem preparo e capacitação e fazem a divulgação do projeto.
Além
das voluntárias, tem-se apoio político, municipal e estadual, assim como apoio
de órgãos estatais como delegacia de mulheres, onde o projeto Raabe encaminha
as referidas vítimas. engloba-se também o apoio de instituições religiosas como
a igreja Universal.
Sempre
há interesse por parte do órgão de comunicação em divulgar o trabalho, então,
conforme relatos da coordenadora do projeto em minas, Sra. Daisy Barros o
trabalho já foi e vem sendo apresentado em várias redes de televisão e rádio.
O
movimento atual acontece de maneiras variadas, tanto no apoio emocional quanto
no técnico das mulheres que o buscam. O projeto possui recursos limitados para
se manter aberto, mesmo assim, sempre está buscando as melhores formas de
atender aqueles que o recorrem. Dessa maneira grande parte das pessoas que
trabalham no projeto são voluntarias.
Entre
as voluntárias profissionais qualificadas para lidar com tais problemas
inerentes a mulher e, vale ressaltar que muitas delas não são necessariamente
membros do grupo. Algumas são palestrantes apenas, portanto, participam na
maioria dos casos de eventos direcionados. Em Minas Gerais dentro dos encontros
realizados já estiveram presentes Juízes de direito; delegadas; autoridades
políticas; médicas da área de saúde relacionas á mulher; advogadas
criminalista, artistas, etc.
Todos
os anos, acontece um evento onde as voluntárias e simpatizantes do projeto saem
as ruas para levantar a bandeira contra a violência doméstica, onde reuniu-se
em torno de 2000 mulheres em cada estado.
O
projeto possui um S.O.S a mulher, em
sistema de plantão 24 horas,convênio com o Estado no sentido de encaminhar
mulheres em estado de risco á abrigos , juntamente com seus filhos.
A
divulgação é feita também em diversas instituições como câmaras e assembleias,
onde já detiveram vários títulos pelo Brasil, em faculdades, programas de
televisão e rádio, e é claro pela internet, mas principalmente em comunidades.
O
problema social que circula as mulheres é bem mais profundo do que parece em
primeiro momento, o sexíssimo e também o machismo são intrínsecos em nossa
sociedade e quebrar vai muito além do que apenas tentar proteger aquelas que já
sofreram algum tipo de violência. O impacto de um projeto para auxiliar as
mulheres que lutam contra os fantasmas de seu passado e superar o controle
masculino pode não ser tão imediato quanto se gostaria.
Começando
para o apoio as denúncias, é um fato recorrente de que mesmo com todas as
companhas feitas pelos mais diversos meios o número de denúncias contra
agressores sejam eles de qualquer tipo, são bem menores do que de fato de
violências ocorridas.
Prender
os agressores é o primeiro passo para uma mudança mais afetiva na sociedade,
mostrando assim que não se aceita aqueles que fazem mal a mulheres. Sejam ela
de qualquer meio social, de idade, de relação com o agressor, não aceitar é o
primeiro passo para a recuperação, não apenas daquela mulher em especifico, mas
na tentativa de quebrar os laços do patriarcado marcos em nossa memória.
O
movimento busca trabalhar a auto estima e também a não responsabilização das
mulheres que sofreram, o culto de colocar a vítima como a culpada sendo
quebrado, buscando criar nova geração que rompa com o ciclo de abuso contra
mulheres. O aprendizado de uma que passa para a outra, até mesmo dos homens que
cercam essas mulheres e sabem lidar com elas passa a ter um aprendizado. O
conhecimento adquirido nas palestras é perpetuado a medida que as gerações
passam, não sendo então apenas uma especificidade, mas sim uma integração com o
pensamento.
As
mudanças podem não ser tão imediatas quanto se gostaria, mas ao ir salvando
mulheres, mesmo que possam parecer poucas no contexto geral, uma reprodução
gera a outra, uma "corrente do bem". Mudar a mente de um, não se muda
apenas a dele, mas de todos aqueles que a cercam.
Os
sujeitos os quais participam do projeto são os voluntários, em sua maioria
mulheres, interagindo com as outras mulheres, através de palestras e também de
conversas, um grupo de apoio de maneira geral afim de melhorar a vida dessas
mulheres e também daqueles que a cercam, como por exemplo os filhos, os pais,
melhorando a vida de todos em um contexto maior. A medida que o trabalho é
feito há uma mudança daqueles que estão em busca de auxilio, se tornando mais
independentes, mais auto confiantes.
Apesar
dos sujeitos se manterem os mesmos durante todo o processo, a modificação de
comportamento que é a mais considerável, se tornando mais fortes e indo contra
a violência, gera um movimento maior de apoio na tentativa de impedir que novas
vítimas sejam feitas.
O
movimento mesmo sendo apenas de um grupo de apoio as mulheres, existem mais
dentro dos munícipios em busca de melhorarem as condições de todas as mulheres,
é uma pequena parte do que é feito, mas é possível melhorar a
situação geral com cada um desses grupos.
Ensinar
que a vítima não tem culpa e também educar as crianças, sendo elas garotos ou
garotas o quanto a violência não resolve nenhum tipo de situação é um grande
crescimento.
O
sentimento de unidade presente no grupo melhora seu investimento interno, todos
têm uma causa em comum, a busca por uma situação de vida que toda mulher seria
livre de todos os tipos de violência. Esse sentimento de unidade, mesmo que não
o constitua como um grupo em busca de um objetivo certo, não sendo um grupo que
sempre está em busca de melhorias ou de objetivos diversos, de uma mudança
imediata, ainda faz muito por aqueles que participam. O crescimento do
pensamento e também da corrente afim de se resolver a situação e melhorar a
vida de todos que é o real foco do grupo, não é rápido quando se gostaria mas
sem dúvida faz diferença.
CONCLUSÃO
A
reação que se tem quando se tem acesso aos dados estatísticos de mulheres que
sofrem violência no Brasil é sempre de
surpresa e revolta. Só em 2013, os dados foram de 13 milhões e 500 mil mulheres
agredidas, não levando em consideração que devido a falta de apoio, sentimento
de culpa ou medo de retaliação, uma quantidade considerável de mulheres ainda
não denunciam os parceiros agressores.
Diante
de tal informação, o projeto Raabe é tido como uma porta de entrada para o
combate ao crime contra a mulher, por fornecer apoio psicológico e um 'ombro
amigo' para as vítimas. É vital o apoio emocional para a mulher que se encontra
em tal situação, pois o aconchego humano ainda é o melhor tratamento para as
dores emocionais causadas pelo trauma.
O
movimento Raabe também se destaca por, mesmo sendo vinculado á Igreja
Universal, não se tratar de uma organização puramente religiosa, tendo sua área
de atuação pautada na assistência social, psicológica e jurídica, embora a
mesma explicite a importância da religiosidade, das crenças e da fé para uma
real superação e início de uma nova vida para essas mulheres. O projeto assume
sua responsabilidade social, buscando parcerias com personalidades não
religiosas como políticos, artistas, etc, e palestras motivacionais e de
divulgação dos direitos da mulher garantidos por lei.
Camila Sanches
Carolina Aparecida
Dayanna Carolina
Geusa Nascimento
juliana Correa
Nádia Bueno
Carolina Aparecida
Dayanna Carolina
Geusa Nascimento
juliana Correa
Nádia Bueno
REFERÊNCIAS
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