sexta-feira, 26 de junho de 2015

VIGOTSKI: SOBRE IMAGINAÇÃO

Para Vigotski, há dois tipos de atividade mental:

Reprodutivo ou reprodutor:  fortemente relacionado á nossa memória, consiste na capacidade de reproduzir ou repetir normas de comportamento anteriormente criadas, ou relembrar impressões passadas. A atividade não cria nada novo, limitando-se a repetir com maior ou menor precisão algo já existente. Isso facilita a adaptação ao meio exterior.

Outra atividade é a imaginação ou fantasia,  por exemplo, quando imaginamos alguma projeção para o futuro.  Toda atividade humana que não se restringe á reprodução de fatos e impressões vividas pertence a segunda função criadora ou combinatória. Somos capazes de reelaborar e criar, a partir de elementos de experiências passadas. 

RELAÇÕES ENTRE IMAGINAÇÃO E CRIATIVIDADE
·         Qualquer ato imaginativo se compõe sempre de elementos tomados da realidade e e extraídos da experiência humana pregressa. A fantasia se constrói sempre a partir dos materiais captados do mundo real interagindo de forma criativa.

·         A imaginação não apenas reproduz o que foi por mim assinalado das experiências passadas, mas cria, a partir dessas experiências, novas combinações. Esta forma de ligação é possível apenas graças á experiência alheia ou á socialização. Desse modo, pode-se imaginar aquilo que nunca viu, e representar para si uma experiência pessoal que não existiu.

·         Conjunção emocional: todo o sentimento e emoção tendem a revelar-se em determinadas imagens que lhes correspondem, como se a emoção tivesse a capacidade de escolher as impressões, os pensamentos e as imagens que estão em consonância com um determinado estado de humor e disposição que nos domina nesse exato momento. Todas as formas da representação criativa tem em si elementos afetivos.


·         A construção da fantasia pode representar algo essencialmente novo, não existente na experiência do homem, nem semelhante a um objeto real, porém, ao assumir uma nova forma material, essa imagem "cristalizada", convertida em objeto, começa a existir realmente no mundo e influencia outros objetos. Tais imagens tornam-se realidade. A exemplo os dispositivos técnicos, que não são semelhantes a nada na natureza, mas dão origem a uma realidade prática, exercendo influencia no universo que as cerca.
    
       
      VYGOTSKY, Lev. A imaginação e a criação na infância. São Paulo: Atica, 2009, p. 1-33

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